quarta-feira, 21 de julho de 2010

CRÍTICA AO ZÉ MARIA DO PSTU


Este texto é uma crítica ao candidato Zé Maria do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado e surgiu quando assisti sua entrevista ontem a noite, no Programa Sabatina do Canal Record News da TV aberta.

O Programa começou com uma pergunta dos internautas que assistiam a entrevista.A pergunta era se fazia sentido defender o socialismo no século XXI? E o candidato Zé Maria deu a resposta pautada pelo programa do seu partido.

Segundo ele, o que chama de socialismo pós-estalinista, faz todo o sentido numa época de perdas irreparáveis para a classe trabalhadora.E ao meu ver o defeito do candidato Zé Maria e do seu PSTU é acreditar que esse 'socialismo pós-estalinista' seja muito diferente do capitalismo, quando a rigor não o é.

Senão vejamos. o Zé Maria fala em mais empregos através de políticas públicas como re-estatizações, nacionalizações de empresas de capital estrangeiro no país, plano nacional de obras públicas e tudo isso, seria sob controle dos trabalhadores, embora seu programa de governo não entre em maiores detalhes sobre como dar-se-ia esse controle operário.

Ora o que está em jogo aqui? A sociedade mercantil não foi posta em questão aqui.Como não foi posta em questão no socialismo soviético ou do leste que os inspira..Lá continou havendo mercadoria, trabalho, produção do valor, dinheiro só que sem a concorrência.

Zé Maria, tanto como Dilma, Marina e José Serra, defendem a sociedade do trabalho e não a emancipação do trabalho.O trabalho não serve para atender necessidades vitais, serve, na verdade, para criar mercadorias, independente de essas mercadorias serem nocivas ou não para as pessoas, como o caso dos transgênicos ou de automóveis que poluem a cidade e financiam as guerras.Basta recordar na entrevista o entusiasmo de Zé Maria pela indústria automobilísitca.

Zé Maria fala em redução da jornada de trabalho, quando o melhor seria uma sociedade livre do trabalho.

Zé Maria fala em controle dos trabalhadores, mas será esse controle dos trabalhadores
um real controle sobre a produção? porque como se entende no conceito marxiano do fetichismo da mercadoria, ocorre no capitalismo o contrário: é a produção autonomizada do valor, que controla as pessoas.E se a inspiração for o socialismo soviético e do Leste, lá a produção serviu para se fazer tanques e sputniks, quando o povo soviético mal tinha sabonetes para tomar banho.

Zé Maria faz uma apologia do Estado, ainda que operário ou sob controle dos trabalhadores, quando esquece que o Estado no capitalismo trasnacional é um apêndice do mercado e do poder econômico.Caso fosse eleito e tentasse nacionalizar multinacionais, a economia de mercado lhe mostraria imediatamente quem é que manda, com fugas de capitais.

E, num planeta mundializado pelo capital, é temerário um candidato, como Zé Maria, achar que o Brasil sozinho poderia ser um paraíso operário, quando o ideal seria haver não um país, uma nação sozinha, mas um mundo todo, onde a produção fosse controlada, coisa que escapa ao programa do PSTU.

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